28-04-2015, 08:05 PM
(Esta postagem foi modificada pela última vez a: 29-04-2015, 03:48 PM por Son Goku.)
Confrades, como vão?
Eu leio o fórum sem ter uma conta já há algum tempo, mas resolvi criar uma hoje para pedir um conselho, porque creio que vcs são mais experientes e provavelmente podem me ajudar nessa questão.
Eu sou filho de mãe solteira. Nunca conheci meu pai. Pelo pouco que eu sei, ele engravidou minha mãe e antes mesmo de eu nascer picou a mula e foi embora. Eu e ela morávamos juntos lá em Amazonas, região Norte, e ela sempre foi uma mãe ruim pra mim.
Antes de eu conhecer a Real achava que era esse o jeito dela, que já era natural dela ser assim e que talvez tivesse sido por esse motivo que meu pai foi embora. Mais tarde eu descobri que não, foi mais o contrário. Ela ficou daquele jeito por causa da decepção que perder meu pai representou na vida dela, e a raiva que ela havia acumulado acabava sendo despejada em cima de mim. Tanto é que TODAS as outras pessoas ela tratava bem e com um sorriso no rosto, só comigo ela era uma megera.
Ou seja, além de não ter um pai, tive uma mãe que me maltratava. Por causa disso minha infância não foi nada boa. Eu era o mais zoado da escola inclusive, porque sempre que tinha alguma reunião com pais ela me batia na frente de todo mundo por qualquer reclamação que fizessem, mesmo que fosse uma reclamação mínima, do tipo: "Seu filho anda pedindo muito pra ir beber água" - e isso foi até o oitavo ano. Eu comecei a trabalhar cedo, com uns 12 para 13 anos. Meu primeiro emprego foi num mercadinho como empacotador.
E quando estava terminando o ensino médio, comecei a pensar em fazer uma faculdade e arrumar um emprego bom, pra me mudar com ela pra um lugar melhor ou algo assim. Eu pensei em prestar vestibular pra UFAM, porque eu não tinha dinheiro pra pagar uma particular, mas eu vi que não ia ser mt benefício. Vejam bem:
- A distância da minha casa até o local onde eu iria estudar era muito grande. Teria de pegar uns dois ônibus pra chegar lá, iria gastar mt dinheiro em passagem, fora que iria chegar muito tarde em casa, correndo o risco de ser assaltado...entre outras coisas.
Aí eu comecei a pesquisar melhor e descobri o ITA, e...putz! Aquilo pareceu ótimo para o que eu queria. Eu não teria que pagar residência pra ter onde ficar porque aqui tem um alojamento pros estudantes que vêm de lugares longínguos, e nos dois primeiros anos os alunos recebem salário mínimo, o que seria suficiente pra me manter sozinho. Eu comecei a estudar, comprei uns livros bem caros, mas de alto nível, consegui no sufoco pagar um cursinho no qual recebi uma bolsa com um bom desconto por causa de uma provinha que eu fiz e, ralando, consegui passar na segunda tentativa.
Estou com 19 anos agora e me mudei aqui pra São Paulo, já estou no ITA graças a Deus! Só que minha mãe, só pra inovar, não queria que eu viesse pra cá. A impressão que eu sempre tive é de que ela quer minha desgraça, meu fracasso. Eu sempre fui meio triste por causa disso quando mais novo e essa tristeza alcançou minha vida adulta agora, quando eu parei pra refletir sobre isso. Nesse tempo que eu fiquei estudando pra passar pra cá ela ficava escondendo meus livros, meus cadernos quando eu não estava em casa. Teve até um livro de R$230,00 que sumiu e eu tive de comprar de novo, e depois que eu comprei outra impressão a antiga reapareceu. Coincidência, não?
Enfim. Quero que vcs me aconselhem sobre isso: Ela me ligou tem alguns dias aparentemente com a saúde debilitada (percebi isso pela voz) PEDINDO PRA EU VOLTAR! Na hora eu falei "Mãe, a senhora está me pedindo pra eu voltar?! A senhora está louca?!". Mas aí ela falou que estava no hospital internada porque teve uma crise fodida no pulmão! Tipo, ela tem bronquiolite e fumava que nem uma chaminé, por isso eu não duvidei que fosse verdade. A voz dela estava muito fraca, de verdade, nunca tinha visto ela daquele jeito. Ela já é meio velhinha, 51 anos. Ela disse que estava precisando da minha assistência lá e que não podia ficar sozinha, precisava de alguém lá com ela e que eu, como filho (agora eu sou filho...), tinha essa obrigação.
Pô, pessoal, eu tô mt dividido. De um lado, o ITA, meu curso (engenharia aeronáutica), meu futuro e minha chance de ter sucesso na vida. De outro, uma mulher que sempre me maltratou, nunca me amou como filho (é o que parece) mas é a minha MÃE. Pode haver alguém aqui que diga que eu sou um bosta que não preza a família, que ela é minha prioridade e eu até aceito que quem diga isso esteja certo, mas eu batalhei muito pra chegar aqui.
Quero o conselho de vcs, porque vcs têm muito mais experiência que eu e sabedoria. Eu, com 19, sou só um pirralho.
Eu leio o fórum sem ter uma conta já há algum tempo, mas resolvi criar uma hoje para pedir um conselho, porque creio que vcs são mais experientes e provavelmente podem me ajudar nessa questão.
Eu sou filho de mãe solteira. Nunca conheci meu pai. Pelo pouco que eu sei, ele engravidou minha mãe e antes mesmo de eu nascer picou a mula e foi embora. Eu e ela morávamos juntos lá em Amazonas, região Norte, e ela sempre foi uma mãe ruim pra mim.
Antes de eu conhecer a Real achava que era esse o jeito dela, que já era natural dela ser assim e que talvez tivesse sido por esse motivo que meu pai foi embora. Mais tarde eu descobri que não, foi mais o contrário. Ela ficou daquele jeito por causa da decepção que perder meu pai representou na vida dela, e a raiva que ela havia acumulado acabava sendo despejada em cima de mim. Tanto é que TODAS as outras pessoas ela tratava bem e com um sorriso no rosto, só comigo ela era uma megera.
Ou seja, além de não ter um pai, tive uma mãe que me maltratava. Por causa disso minha infância não foi nada boa. Eu era o mais zoado da escola inclusive, porque sempre que tinha alguma reunião com pais ela me batia na frente de todo mundo por qualquer reclamação que fizessem, mesmo que fosse uma reclamação mínima, do tipo: "Seu filho anda pedindo muito pra ir beber água" - e isso foi até o oitavo ano. Eu comecei a trabalhar cedo, com uns 12 para 13 anos. Meu primeiro emprego foi num mercadinho como empacotador.
E quando estava terminando o ensino médio, comecei a pensar em fazer uma faculdade e arrumar um emprego bom, pra me mudar com ela pra um lugar melhor ou algo assim. Eu pensei em prestar vestibular pra UFAM, porque eu não tinha dinheiro pra pagar uma particular, mas eu vi que não ia ser mt benefício. Vejam bem:
- A distância da minha casa até o local onde eu iria estudar era muito grande. Teria de pegar uns dois ônibus pra chegar lá, iria gastar mt dinheiro em passagem, fora que iria chegar muito tarde em casa, correndo o risco de ser assaltado...entre outras coisas.
Aí eu comecei a pesquisar melhor e descobri o ITA, e...putz! Aquilo pareceu ótimo para o que eu queria. Eu não teria que pagar residência pra ter onde ficar porque aqui tem um alojamento pros estudantes que vêm de lugares longínguos, e nos dois primeiros anos os alunos recebem salário mínimo, o que seria suficiente pra me manter sozinho. Eu comecei a estudar, comprei uns livros bem caros, mas de alto nível, consegui no sufoco pagar um cursinho no qual recebi uma bolsa com um bom desconto por causa de uma provinha que eu fiz e, ralando, consegui passar na segunda tentativa.
Estou com 19 anos agora e me mudei aqui pra São Paulo, já estou no ITA graças a Deus! Só que minha mãe, só pra inovar, não queria que eu viesse pra cá. A impressão que eu sempre tive é de que ela quer minha desgraça, meu fracasso. Eu sempre fui meio triste por causa disso quando mais novo e essa tristeza alcançou minha vida adulta agora, quando eu parei pra refletir sobre isso. Nesse tempo que eu fiquei estudando pra passar pra cá ela ficava escondendo meus livros, meus cadernos quando eu não estava em casa. Teve até um livro de R$230,00 que sumiu e eu tive de comprar de novo, e depois que eu comprei outra impressão a antiga reapareceu. Coincidência, não?
Enfim. Quero que vcs me aconselhem sobre isso: Ela me ligou tem alguns dias aparentemente com a saúde debilitada (percebi isso pela voz) PEDINDO PRA EU VOLTAR! Na hora eu falei "Mãe, a senhora está me pedindo pra eu voltar?! A senhora está louca?!". Mas aí ela falou que estava no hospital internada porque teve uma crise fodida no pulmão! Tipo, ela tem bronquiolite e fumava que nem uma chaminé, por isso eu não duvidei que fosse verdade. A voz dela estava muito fraca, de verdade, nunca tinha visto ela daquele jeito. Ela já é meio velhinha, 51 anos. Ela disse que estava precisando da minha assistência lá e que não podia ficar sozinha, precisava de alguém lá com ela e que eu, como filho (agora eu sou filho...), tinha essa obrigação.
Pô, pessoal, eu tô mt dividido. De um lado, o ITA, meu curso (engenharia aeronáutica), meu futuro e minha chance de ter sucesso na vida. De outro, uma mulher que sempre me maltratou, nunca me amou como filho (é o que parece) mas é a minha MÃE. Pode haver alguém aqui que diga que eu sou um bosta que não preza a família, que ela é minha prioridade e eu até aceito que quem diga isso esteja certo, mas eu batalhei muito pra chegar aqui.
Quero o conselho de vcs, porque vcs têm muito mais experiência que eu e sabedoria. Eu, com 19, sou só um pirralho.